Samu Regional recebe mais de 53,5 mil trotes em 2018 no Sul de MG
Em 2018, a base regional do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) no Sul de Minas recebeu 379.191 ligações no período de 1 de janeiro a 31 de dezembro, conforme um levantamento divulgado pela assessoria de imprensa do órgão. No entanto, 53.537 delas eram trotes. Os dados mostram ainda uma diminuição de 40,86% com relação ao mesmo período em 2017, quando foram registrados 90.532 trotes.
Funcionando desde 2015, o Samu atende Sul e Sudoeste do estado, com bases descentralizadas. Atualmente, a área de cobertura é de 152 cidades. Segundo coordenador geral do serviço, Jovane Ernesto Constantini, a atitude de passar trotes para o órgão é prejudicial para toda população.
“O atendimento primário pode acabar deslocando uma ambulância para o atendimento, que pode tanto ser aqui em Varginha, quanto em qualquer outra cidade da área de cobertura. Em alguns trajetos, de 30 ou 40 quilômetros, a ambulância pode demorar 30 minutos para e voltar. Nesse meio tempo, pode acontecer um acidente grave e com vítimas reais”, afirma.
Ainda de acordo com ele, quando a ligação considerada trote parte de um mesmo número de telefone e acontece mais de uma vez, o contato é registrado no sistema, o que pode dificultar um atendimento futuro, quando realmente necessário.
Como funcionam as ligações para o Samu?
Conforme Constantini, as ligações para o Samu passam por duas fases antes do deslocamento da ambulância – na primeira, um auxiliar de regulação pega as primeiras informações da ocorrência e, em seguida, repassa a ligação para um médico atendendete. Só depois é decidido se a ambulância será enviada ao local ou não.
“O auxiliar de regulação, que faz o primeiro atendimento, tem até 1 minuto e 20 segundos para concluir esse serviço. Graças ao nosso treinamento, hoje a gente consegue não ultrapassar 35 segundos nessa fase. Depois passa para o médico regulador, que é o primeiro responsável a definir se aquele é ou não um caso de acionar o Samu”, diz.
Ele ainda ressalta que responder a essas perguntas com atenção e calma é essencial para que o atendimento seja feito corretamente.
” A primeira pergunta é local onde a pessoa está e endereço. A pessoa precisa ter calma, porque o Samu atende em várias cidades, às vezes ela acha que o atendimento está sendo realizado na cidade dela. Então tem que ter calma e passar o endereço, cidade, nome da rua, uma referência e, por último, qual motivo da ligação”, relata.
Mais de 71 mil ocorrências atendidas
No período, o Samu se deslocou da base para atender 71.987 ocorrências no Sul de Minas. Sendo 41.953 clínicas, 15.439 traumáticas, 2,317 obstétricas, 1.930 psiquiátricas e 884 pediátricas.
O Samu ainda prestou atendimentos de apoio a outros órgãos durante o ano. De acordo com os dados divulgados pela assessoria de imprensa, 109 em suporte à Polícia Militar, 89 à Unidade de Suporte Avançado (USA) e 45 em apoio ao Corpo de Bombeiros. Além disso, outros 107 atendimentos foram feitos com o Serviço Aeromédico Avançado de Vida.
O levantamento aponta para um total de 130.802 ligações perdidas, o que significa que a chamada ficou muda, a pessoa do outro lado da linha desligou ou a ligação não foi completada por algum motivo. O número representa 34,5% do total de ligações recebidas.