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Marília Mendonça: a cantora que fez o Brasil sofrer

Marília Mendonça fez do sofrimento uma arte e se tornou a melhor cantora desta geração. O g1 explica como a sertaneja goiana arrebatou o Brasil com letras e melodias intensas e românticas, antes de morrer aos 26 anos em um acidente de avião no dia 5 de novembro de 2021.

A voz do feminejo

Marília liderou uma reviravolta feminina no mercado sertanejo, que impôs mulheres como protagonistas do estilo até então dominado quase só por homens, a partir de 2016, com o chamado feminejo.

Ela tocava fundo no coração do povo sem nunca subestimar o sentimento popular. Tinha qualidade refinada, nas composições e na interpretação.

E ela foi reconhecida por isso: era amada pelo público e pela crítica. No Brasil que foi ficando cada vez mais dividido, Marília era uma unanimidade.

Sucesso de público…

Com bons números e shows lotados desde 2016, Marília chegou ao auge em 2020. Nesse ano, ela liderou as principais listas musicais:

Ficou em primeiro lugar no ranking anual do streaming (Spotify e Deezer);

Teve o clipe mais visto do ano pelos brasileiros no YouTube, “Graveto” com 230 milhões de views;

Fez a live mais assistida do mundo no YouTube, à frente de nomes como o fenômeno sul-coreano BTS e o tenor italiano Andrea Bocelli. Foram 3,31 milhões de visualizações simultâneas.

…e sucesso de crítica

Marília não fez só parcerias com nomes do sertanejo. Ela também dividiu estúdios e recebeu elogios de nomes consagrados de fora do estilo mais ouvido do Brasil.

Gravou “Cuidando de Longe” com Gal Costa, e foi elogiada na letra de “Sem samba não dá”, de Caetano Veloso – “Maravilha Mendonça, afinação”, ele cantou.

Além da MPB, Marília também circulava entre rappers. Cantou Racionais MCs em uma live (“Vida Loka”), gravou com Xamã (“Leão”) e virou nome de rap (na voz de BIN, adepto do ‘trap da sofrência’).

O primeiro sucesso

“Infiel”, primeira música estourada de Marília como intérprete, é um bolerão sofrido. Ela já era uma compositora requisitada, mas faltava um sucesso próprio e ele deu a cara à Marília cantora: a voz era potente e parecia que ela estava contando uma história real, sentada numa mesa de bar com quem a estivesse ouvindo.

Então com 21 anos, ela rimou “infiel” com “motel” e mostrou que o povo queria letras mais diretas e mais sinceras. Nos versos e na vida pessoal, Marília sempre foi “gente como a gente”.

Todo canto do Brasil sofreu com ela

O maior projeto da carreira de Marília foi o “Todos os Cantos”, quando a cantora excursionou pelo Brasil com o objetivo de gravar ao vivo uma música em cada capital, entre 2018 e 2019.

Ela aparecia de surpresa na cidade e fazia apresentações de graça em praças públicas. Deste projeto, saíram sucessos como “Todo Mundo vai Sofrer”, “Apaixonadinha”, “Supera”, “Graveto” e “Ciumeira”.

Marília nos abraçou

Foi Marília quem quis inverter a rota normal das duplas deste mercado de investir primeiro no Centro-sul e, em vez disso, começar no Norte e no Nordeste. Tão nova, ela sabia muito bem o que queria.

Nos bastidores, havia uma ideia de que ela pudesse ser uma nova “Eduardo Costa” – de linguagem muito popular, das ruas e do cabaré. Ela foi isso e, ao mesmo tempo, o oposto daquela figura masculina. Assumiu essa tarefa cantando, por exemplo, sobre a vida de uma garota de programa em “Troca de calçada”.

Marília Mendonça abraçou o Brasil inteiro, com talento e com coração. Deu um dos abraços mais bonitos que o país já ganhou.

A primeira composição

Marília vendeu, aos 16 anos, sua primeira composição, “Minha Herança”, para a dupla João Neto e Frederico. Foi com essa música escrita aos 12 anos que Marília começou a chamar atenção na cena sertaneja.

Depois de “Minha Herança”, ela emplacou outras músicas como “É Com Ela Que Eu Estou”, (Cristiano Araújo), “Saudade Idiota” (Lucas Lucco) e “Cuida Bem Dela” (Henrique & Juliano, grandes amigos, que incentivaram a produtora Workshow a lançá-la como intérprete).

O acidente

Além dela, as outras quatro pessoas que estavam no avião morreram com a queda: piloto, copiloto, produtor e assessor, que também era tio dela.

O avião saiu do aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia, no início da tarde rumo ao aeroporto de Ubaporanga (MG). De lá, ela seguiria de carro até Caratinga (MG), onde faria um show à noite.

O avião caiu a 2 quilômetros da pista de pouso, por volta das 16h30 de sexta-feira (5).

Logo antes da decolagem, em Goiânia, Marília postou imagens nas redes sociais embarcando no avião.

Violão em uma mão, mala na outra. Como em tantos de seus versos, foi um adeus inesperado e sofrido.

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